Críticas Séries

Crítica: Stranger Things – 4° Temporada – Volume 1

Após 3 anos de espera, a Netflix finalmente entregou novos episódios de Stranger Things! Alguns podem ter perdido o interesse pela série que se tornou um dos carro-chefe da Netflix, seja pela demora ou por não ter gostado tanto assim da 3° temporada, mas em seu quarto ano os Irmãos Duffer elevam o nível de terror e entregam o que a série tem de melhor a oferecer para o público neste primeiro volume.

Conforme o final da última temporada, nossos personagens se encontram divididos e espalhados. Onze (Millie Bobby Brown), Will (Noah Schnapp) e Joyce (Winona Ryder) agora moram na Califórnia, com a Onze tendo que viver uma nova realidade sem poderes e enfrentando bullying na escola. Já Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo), Max (Sadie Sink) e Lucas (Caleb McLaughlin) continuam em Hawkins, mas não estão mais tão juntos quanto costumavam ser quando crianças. Ainda temos Nancy (Natalia Dyer), Robin (Maya Hawke) e Steve (Joe Keery) que continuam em Hawkins e Hopper (David Harbour) que se encontra em uma prisão Rússia comendo o pão que diabo amassou. Entretanto, uma nova ameaça chega a Hawkins e isso faz que haja a movimentação para esse grupo se unir novamente…

Vecna eleva o terror

Quiz - Descubra se você sobreviveria ao Vecna de Stranger Things - Critical  Hits

Uma coisa que fica claro na 4° temporada é que o nível de terror agora foi elevado como nunca na série. Logo no primeiro episódio somos apresentados a uma das mortes mais brutais de Stranger Things, mostrando uma adolescente sendo levitada e tendo seus ossos quebrados no melhor estilo posessão de filme de terror. E o grande responsável pela pegada mais terror da série é a mais nova ameaça sobrenatural de Hawkins: Vecna.

Claramenta inspirado no Freddie Krueger, Vecna ataca a mente de suas vítimas, manipulando seus pensamentos e fazendo elas reviverem as suas piores lembraças antes de matá-las. Contudo, ao contrário de outros monstros que tivemos, Vecna não é apenas mais um do mundo invertido e que apenas quer matar pessoas irracionalmente. O personagem tem sua origem contada ao longo da temporada, tendo um desenvolvimento que o torna o grande vilão da série até aqui e que pode até mesmo acabar surpreendendo muitos telespectadores com algumas das revelações sobre o seu passado.

Novos personagens e Kate Bush

Ator de Eddie Munson o fez em “Stranger Things” ouvindo muito metal

A série tem alguns novos personagens, como o guarda da prisão de Hopper, o novo amigo maconheiro do Jonathan chamado Argyle (Eduardo Franco), que serve como alívio cômico, mas o grande destaque adicionado nesta nova temporada fica por Eddie Munson (Joseph Quin).

Com cabelos longos, jaqueta jeans, vibe rockeiro e nerd ao mesmo tempo, Eddie é um veterano da escola que faz parte dos “fracassados”, tendo uma banda que se apresenta em bar para poucas pessoas e é o líder do clube de RPG Hellfire, que é onde ele acaba fazendo amizade com Mike, Dustin e Lucas. É basicamente um personagem típico de obras dos anos 80 e que acaba por ficar no centro da trama desse 4° ano, conquistando o público com sua simpatia.

Stranger Things' sends Kate Bush's 'Running Up That Hill' to the top of the  charts | The Star

Outro detalha quem sem dúvidas merece ser mencionado é a escolha da trilha sonora, que sempre foi uma das marcas das séries. Contudo, nesta temporada os Irmãos Duffer se superaram ao combinar de Running Up That Hill de Kate Bush com um dos momentos mais tensos da temporada que acontece no episódio Querido Billy (4×4). Sem dúvidas essa cena faria até o Martin Scorsese se levantar de sua poltrona para dizer que aquilo É CINEMA e figurará fácil como um dos melhores momentos da cultura pop no ano.

Tudo funciona na nova temporada?

Por termos personagens espalhados em diferentes localidades, em alguns momentos alguns arcos ficam mais interessante que outros. De longe, o grupo de Hawkins é o melhor núcleo, uma vez que os ataques estão acontecendo naquela cidade e mais uma vez Steve e Dustin são incríveis juntos. A partir do momento que a Onze fica sabendo dos ataques e pinta uma oportunidade de poder ajudar, seu arco também é melhor desenvolvido e acaba culiminando no excelente O massacre do laboratório de Hawkins (4×7), fazendo grandes revelações sobre o passado da personagem.

Por outro lado, acompanhar Mike, Will, Argyle e Jonathan acaba por ser pouco empolgante, sendo Will praticamente um dos personagens mais desinteressantes na questão de desenvolvimento. O mesmo pode ser dito de toda trama que acontece na Rússia, que até o momento aparenta ser apenas uma espécie de fã-service que não tem muita utilidade para a trama principal, mas que ainda é legal de se ver por ter personagens que a gente gosta envolvidos.

Porém esses pequenos delizes não são suficientes para tirar o brilho deste primeiro volume da 4° temporada. Então não seria loucura dizer que esta é a melhor leva de episódios (já que a temporada ainda não está completa) que a Netflix entregou para os fãs, pois os episódios 4 e 7 estão com certeza no topo de melhores da série.

Nota
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