Cinema Críticas

Crítica: Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

Animais Fantásticos volta aos cinemas após quatro anos. Para os fãs, estes quatro anos devem ter parecido séculos. Já para quem não se interessou tanto pelos novos filmes no mundo mágico, nem deve ter percebido a demora de um lançamento para o outro. Seja qual for sua relação com Animais Fantásticos, sua infância ou adolescência provavelmente foi marcada pela saga Harry Potter, eventualmente gerando na produção a responsabilidade de entregar uma história interessante e que expanda o universo e alcance bons números de audiência.

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é o terceiro filme da saga. Antes de falar sobre ele, vamos recapitular. No primeiro filme o bruxo Newt Scamander um bruxo inglês magizoologista que viaja para Nova York. Lá ele conhece bruxos e trouxas americanos que se deparam com a ameaça de Grindelwald, que pretende criar um embate entre bruxos e trouxas.

Já no segundo longa, Grinderwald começa a se fortalecer enquanto descobrimos algumas pontas sobre o passado de Dumbledore e também de Credence.

Mads Mikklesen como Grindewald

O terceiro filme tem Dumbledore como centro, botando seus planos em prática para impedir os ideias de Grindelwald, que antes era interpretado por Johnny Depp, mas agora é repesentado por Mads Mikklesen. Ambos representaram bem o antagonista, mas Mikklesen neste filme se destaca por conseguir entregar um Grindelwald que consegue ser hostil e estrategista, amedrontador, mas calculista. Depp, apesar de ter boas cenas no segundo filme, não teve tanto tempo de tela pra explorar seu personagem da mesma forma que Mikklesen.

Ainda sobre Grindelwald, a narrativa mostra todo o seu potencial deixando o personagem agir no meio político desta vez. O que o torna muito mais perigoso do que nos filmes anteriores. Assim a trama consegue de maneira direta explorar assuntos que, infelizmente, são recorrentes como intolerância, fascismo, endeusamento de políticos e racismo.

Dumbledore essencial para a história

Como dito no início da crítica, Alvo Dumbledore é o centro do filme. Jude Law está fazendo um ótimo trabalho representando o personagem num momento mais novo do que conhecemos nos oito filmes de Harry Potter. Além de sua relação com Grindelwald, a narrativa mostra o respeito que outras pessoas tem por ele. Temos um foco em todo seu poder, habilidade e inteligência, mas ao mesmo tempo suas falhas, defeitos e insegurança. Você gostando ou não de algumas atitudes de Dumbledore, o personagem se mostra novamente essencial para todo o desenvolvimento deste universo.

Fora esses dois, os outros personagens do lado bom são importantes de diferentes modos. Newt (Eddie Redmayne) ainda é o protagonista, mas o roteiro sabe mexer bem os palitinhos para deixa-lo de lado por um momento e em seguida torna-lo protagonista novamente. Jacob Kowalski (Dan Fogler) contiuna sendo o alívio cômico e consegue deixar o filme mais divertido, da mesma forma que os animais de Newt, Pelúcio e Pickett

Esse filme consegue acertar algo que seu antecessor teve muita dificuldade: unir os personagens para concluir um objetivo. Neste, a trama age rápido para juntar os personagens e faz com que todos sejam importantes de seu modo. Uma vez que estão juntos, trabalham bem como unidade.

Já do lado dos “vilões”, Credence (Ezra Miller) tem menos foco do que o esperado, mas continua sendo essencial. O arco de Queenie (que ficou do lado de Grindelwald no final do segundo filme) poderia ter sido melhor explorado. Por esses e outros motivos, Grindelwald acaba ficando isolado como vilão, pois é o único que têm a certeza de seus objetivos.

Atriz brasileira no elenco

Não seria possível deixar de falar de Maria Fernanda Cândido, a atriz brasileira no elenco do filme. Ela representa Vicência Santos, uma bruxa importante que está concorrendo na eleição para líder do mundo mágico. Infelizmente a atriz possui poucas falas, mas ainda sim tem um papel fundamental para história.

Com tantos personagens e com boa parte dele sendo bem utilizados o filme consegue ser positivo de modo geral. Sua conclusão acaba sendo um pouco corrida por ter que resolver muitas subtramas ao mesmo tempo. O final arrasta novamente questões de relacionamentos entre personagens que já poderia (e deveria) ter sido concluída, causando assim mais irritação do que expectativa. Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é o melhor filme dentre os três lançados até o momento. Quem já havia gostou dos outros dois filmes sairão satisfeitos novamente. Para o público que não se interessou pelos dois primeiros, este novo pode servir como uma Fênix e ascender uma chama de interesse pela saga.

Nota
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