Críticas Séries

Crítica: As Falsificadoras – 1° Temporada

Parte disso realmente aconteceu, mas em termos jurídicos, inventamos. O fato da Netflix estar lançando mais uma série adolescente não é algo que chama atenção, mas lançar uma série deste tipo boa, daí realmente é algo que deve ser destacado. As Falsificadoras (ou Fakes) é a nova aposta da gigante do streaming, que mistura uma história de coming of age junto com um esquema criminoso de identidade falsas (McLovin approves) para o telespectador se divertir em 10 episódios de 20 minutos cada.

Na trama, acompanhamos as amigas Zoe (Emilija Baranac) e Becca (Jennifer Tong), que são duas adolescentes que estão no Ensino Médio e que são amigas de personalidades totalmente opostas. Enquanto Zoe é a típica garota nerd e que gosta de ficar em casa, Becca é a patricinha rica e baladeira. Após Zoe criar uma identidade falsa para poder estudar na biblioteca da universidade e depois fazer o mesmo para Becca (só com o objetivo de comprar bebida), as amigas decidem então expandir a ideia e então começam a vender identidades falsas para outras adolescentes, criando um esquema organizado com a ajuda de Trist (Richard Harmon), um amigo de Becca que tem afinidade com coisas ilegais.

A série consegue equilibrar bem entre contar uma história de amadurecimento de 2 adolescentes em um tom mais cômico e desenvolver uma trama que vai cada vez ficando mais perigosa conforme o esquema de identidades falsas vai crescendo. A série consegue ser um ótimo exemplo de como fazer um coming of age, através do desenvolvimento das 2 protagonistas, que são de mundos totalmente opostos. Zoe possui um pai álcoolatra e agora a mãe tenta sustentar a casa sozinha, enquanto isso Becca é rica e tem uma mãe que nunca está em casa, enquanto seu pai tem um caso com a secretária.

Um dos diferenciais é que, com claras inspirações em Como Vender Drogas Online (Rápido), apesar de mais leve e adolescente, são as quebras de 4° parede constantes e narrações do futuro das protagonistas após a polícia ter descoberto o esquema de identidade falsas delas. Entretanto, diferente da série alemã de drogas, aqui as melhoras amigas divergem sobre quem influenciou quem a iniciar esse esquema criminoso, o que faz a série apresentar diversos acontecimentos mais de uma vez, cada um sob perspectiva diferente de Zoe e Becca.

Essa escolha por mostrar mais de uma vez o mesmo acontecimento, mudando apenas o ponto de vista, poderia acabar por ser um defeito e deixar a série lenta demais. Contudo, a boa edição em tom cômico e a escolha por episódios de 20 minutos conguem manter um ritmo dinâmico e acelerado na história, fazendo assim o tempo passar voando. Deste modo, tal decisão que poderia ser questionável, acabou por se mostrar uma boa escolha do showrunner David Turko.

As Falsificadoras é, em última análise, uma ótima novidade no catálogo da Netflix, dando um suspiro de criatividade perante as milhares de outras séries teen gênéricas que a plataforma lança constantemente. Entretanto, ainda é uma série adolescente, mas desde que você goste de um coming of age divertido, provavelmente não encontrará problemas para apreciar a série.

Avaliação: 3.5 de 5.
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