Cinema Críticas

Crítica: Halloween Ends (2022)

Em 2018 os fãs de Halloween voltaram a sorrir novamente com um novo filme da franquia do Michael Myers, que ignorava todas as sequências desastrosas que tivemos depois do primeiro de 1978. O filme trouxe novamente o Michael Myers para uma nova geração, bem como uma das maiores final girl dos filmes de terror Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) como protagonista do filme. Respeitando o material original, o filme foi um grande exemplo de como trazer de volta uma franquia icônica para o mainstream.

Infelizmente os vários acertos do filme de 2018 são esquecidos pelo diretor David Gordon Green e dão lugar aos velhos erros cometidos em outros filmes da franquia. Após um Halloween Kills onde Laurie saiu um pouco de foco e o Myers foi retratado definitivamente como entidade sobrenatural, sendo uma espécie de maldade pura, o filme de 2022 parece que decide voltar atrás da ideia do seu antecessor, apesar de ser o mesmo diretor.

O foco volta novamente para a família Strode, mostrando um salto temporal onde a Laurie está escrevendo um livro sobre toda sua trajetória de vida e Michael Myers simplesmente está sumido há anos, fazendo Haddonfield viver uma época de paz após todo o caos causado no filme anterior, que focou justamente em Myers x população. É quase como se todo que vimos no segundo filme da franquia fosse um sonho e aos 45 dos segundo tempo, os roteiristas decidem adicionar um novo personagem às pressas, Corey Cunningham, que tem sua vida mudada para pior após se envolver na morte acidental de uma criança a qual ele era babá e que acaba por se relacionar com Allyson Nelson (Andi Matichack), a neta de Laurie.

A conexão de Corey Cunningham com Michael Myers no Halloween termina  explicada » Notícias de filmes, resenhas de filmes, trailers de filmes,  notícias de TV.

Se a Laurie Strode ficou com pouco tempo de tela no segundo filme, em Halloween Ends, que marca o desfecho de uma trilogia, quem fica de fora a maior parte do tempo aqui é o próprio Michal Myers, acredite se quiser. Reduzido a um coadjuvante a maior parte do tempo, Myers vira uma espécie de professor de assassinato para Corey. Essa é uma decisão de roteiro desastrosa para um último filme desta nova trilogia, decisão daquelas dignas de outras sequências de Halloween, como matar a Laurie no início de Halloween: Ressurreição (2002) ou ela ser irmã de Michael, todas sabiamente ignoradas por essa nova leva de filmes.

Na reta final do filme temos o foco voltando, finalmente, para o embate de Michael Myers e Laurie, que entrega os melhores momentos do filme e o que a franquia sempre teve de melhor, o duelo entre os a final girl e o seu assassino. É o adeus de Jamie Lee Curtis para a franquia, já para Michael Myers não sabemos, provavelmente até um outro diretor decidir querer fazer uma nova versão, mas a Laurie se esforçou para colocar um fim nisso, que é realmente muito bom.

Em resumo, Halloween Ends é um filme desconexo em relação ao que foi apresentado no filme anterior e entrega o que a franquia historicamente sempre teve de pior: as decisões ruins no roteiro das sequências. Ideias que talvez poderiam ser boas, como a inserção do Corey, deveriam ter sido trabalhadas desde o primeiro filme para fazer algum sentido neste último filme da trilogia. Infelizmente parece que o diretor decidiu homenagear as sequências ruins que sempre marcaram a franquia do Michael Myers e decidiu fazer o mesmo, o que é uma pena levando em consideração o ótimo filme de 2018, que mostrava um futuro tão promissor.

Avaliação: 2 de 5.
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